Esta noite choveu muito aqui em São Paulo.
E hoje amanheceu assim, opaco, cinza, chato.
A chuva me traz uma certa nostalgia, uma vontade de me recolher, de reorganizar as caixas, as prateleiras e os pensamentos.
Fico a fim de não fazer nada, de ficar à toa, na toca...
Como se minha sensibilidade já não me bastasse, ela se aumenta muito nesses dias... e parece que não sou só eu que me sinto assim na chuva: comecei a me lembrar de músicas com chuva no nome... e me lembrei de várias músicas lindas, e advinha: todas românticas!
Então faz assim, ó: pega uma caneca de leitinho quente com chocolate, uns cookies e senta aí para assistir a uns videozinhos que selecionei pra nós:
Purple Rain - Prince:
Rain - Madonna:
Set fire to the rain - Adele:
Crying in the rain - Aha:
Lágrimas e Chuva - Kid Abelha:
Quando a chuva passar - Paula Fernandes (versão da música da Ivete - tá linda):
Chove. Há silêncio, porque a mesma chuva
Não faz ruído senão com sossego.
Não faz ruído senão com sossego.
Chove. O céu dorme. Quando a alma é viúva
Do que não sabe, o sentimento é cego.
Chove. Meu ser (quem sou) renego…
Tão calma é a chuva que se solta no ar
(Nem parece de nuvens) que parece
Que não é chuva, mas um sussurrar
Que de si mesmo, ao sussurrar, se esquece.
Chove. Nada apetece…
Não paira vento, não há céu que eu sinta.
Chove longínqua e indistintamente,
Como uma coisa certa que nos minta,
Como um grande desejo que nos mente.
Chove. Nada em mim sente…
Do que não sabe, o sentimento é cego.
Chove. Meu ser (quem sou) renego…
Tão calma é a chuva que se solta no ar
(Nem parece de nuvens) que parece
Que não é chuva, mas um sussurrar
Que de si mesmo, ao sussurrar, se esquece.
Chove. Nada apetece…
Não paira vento, não há céu que eu sinta.
Chove longínqua e indistintamente,
Como uma coisa certa que nos minta,
Como um grande desejo que nos mente.
Chove. Nada em mim sente…
Fernando Pessoa