sábado, 3 de dezembro de 2011

Espelho: Coleção Fashion Five: moda ao seu alcance

Nessa onda de "moda fast fashion é legal" mixada com "moda é para todos", amanhã a Riachuelo lança a coleção Fashion Five, com peças dos estilistas André Lima, Huis Clos, Juliana Jabour, Maria Garcia e Martha Medeiros.

Bom, depois do sucesso Gisele Bündchen para CeA - que peças lindas e bem aproveitadas, hein? - a Riachuelo  deu o ar da graça e nos brindou com bastante estilo.

Acho legal isso de "popularizar" não só a moda, mas os seus conceitos. Afinal, um vestidinho da Huis Clos nunca foi tão acessível.

E tudo o que essas grandes lojas âncoras fazem, logo são copiadas por outras lojas menores, o que fatalmente vai nos trazer mais qualidade e estilo ao guarda-roupa de qualquer mortal, nos possibilitando experimentar peças diferentes e "passear" entre os estilos.

Outro ponto muito legal é que através dessas coleções, podemos nos "arriscar" a usar uma peça mais fashion, já que temos a opção de pagar menos por algo que sabemos que logo logo vai cair e não vamos usar tanto.

Opções são sempre boas para o consumidor e a animada concorrência entre as grandes lojas, melhor ainda.

Para entender um pouquinho melhor os estilistas escolhidos pela Riachuelo e suas inspirações, o Eu Espelho preparou uma seleção rápida contendo a carinha de cada designer, uma peça de sua coleção 2012 e uma peça da Coleção Fashion Five Riachuelo:


André Lima, ou André Luis Cardoso Lima, é um estilista brasileiro de 40 anos nascido em Belém do Pará. Em 1999, depois de trabalhar na Cavalera, foi convidado a participar da Casa de Criadores. Desde então, vem se destacando como criador brasileiro de muita originalidade.




Huis Clos é a marca da estilista Clô Orozco, criada em 1979. Politizada e engajada, Clô fazia por hobby algumas peças em batique, uma técnica manual de impressão em tecido originária da Indonésia e popularizada pela geração hippie. A Huis Clos construiu uma moda feminina conceitual partindo do clássico, mas sempre pontuada por peças contemporâneas exclusivas, independentes de modismos. A estilista também desenvolve a Maria Garcia, que propõe conforto e qualidade com atitude desde 2001, ano de sua criação.



Juliana Jabour é uma talentosa estilista mineira que descobriu a paixão pela moda em Londres, onde trabalhou como buyer (compradora) de uma grande loja de departamentos. Encarou a Casa de Criadores e se tornou referência num estilo jovem, com cara de anos 70 e 80, trabalhando muito com malharia. Seu desfile é um dos pontos altos do Fashion Rio.


Martha Medeiros é apaixonada pela arte e pelo artesanal, e seu trabalho se diferencia por resgatar o luxo das tramas feitas à mão. Para cada peça são horas de trabalho manual, fio a fio, unidos a técnica de modelagem e estilos adquiridos com sua formação em moda. Aproximadamente 250 mulheres organizadas em cooperativas de rendeiras, em pequenas cidades, às margens do Rio são Francisco, em Alagoas, estão envolvidas no processo de confecção de rendas.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Eu espelho: Será que tu realmente te tornas responsável por aquilo que cativas?

Dezembro é um mês bem atípico do ano... deixamos nossas rotinas um pouco de lado e nos tornamos um pouco mais sensíveis com a proximidade do Natal. Por conta disso, hoje não vou falar de moda, de arte ou da imagem que nosso espelho nos transmite. Peço licença a todos vocês, queridos, para fazer uma reflexão:
  

“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”, famosa frase de Antoine de Saint-Exupéry, o escritor do Pequeno Príncipe.

Sempre gostei muito dessa citação, mas por muito tempo eu fiquei pensando se ela estaria certa, ou que realmente ela quereria dizer.

À primeira vista, essa frase pode soar um tanto quanto injusta: “ora, então quer dizer que se alguém (algum desses malucos que de vez em quando a gente topa por aí) se apaixonar por mim, eu passo a ser responsável pelos sentimentos dele?”

Isso parece indicar que estamos entregues à mercê da própria sorte: se quisermos ser boas pessoas, pessoas ditas como “responsáveis”, então não podemos magoar ninguém, nem recusar o amor que alguém tenha por nós, seja ele quem for.

De fato, nada poderia ser mais injusto do que isso. Afinal, a psicologia está todos os dias a nos ensinar que não podemos nos sentir culpados pelos sentimentos dos outros, tão pouco podemos controlá-los. Cada um tem plena liberdade de sentir o que quiser, e é claro que não podemos nos incumbir dos pensamentos ou sentimentos alheios.

Contudo, mesmo com esse risco da má impressão que a dita frase pode causar, sempre gostei dela. Sempre vi nela um certo encanto, um magnetismo. Assim como o livro todo, do qual sou fã e já li (muito) mais de vinte vezes. Tenho um exemplar muito antigo, que era da minha mãe, que invariavelmente acaba sendo relido ora ou outra.

Hoje eu consigo entendê-la melhor.

Ele não estava falando de amor. Ou melhor, não do amor tradicional entre um “casal romântico”. Ele estava falando de um outro tipo de amor. Ele falava da amizade!

E nessa toada posso extrair duas conclusões: a primeira, que a amizade é mesmo um tipo de amor, e depois, que sim, amar é uma responsabilidade imensa!

Na história, quando o princepezinho fez a citação, ele se referia à raposa, que ensinou a ele a importância da amizade, e explicou que esta deve ser construída aos poucos, e com regularidade, para que passe existir a confiança e a segurança necessárias para fortalecer as bases da verdadeira amizade.

A raposa lhe explicou: “Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar meu coração... É preciso que haja ritos.”

E pensando bem, é assim mesmo que começamos uma amizade. Começa com um sorriso simples, um papinho furado, e com o passar do tempo, começamos a sentir vontade de entrar na intimidade daquela pessoa, queremos saber qual sua cor favorita, seu número da sorte e se gosta mais de pizza de queijo ou de calabresa.

Paulatinamente, permitimos que o amigo ultrapasse também a linha da nossa segura redoma social e entre em nossas vidas.

Ora, isso é cativar!

É disso que estamos falando: de que cativar é sim uma responsabilidade. Passamos a ser fonte de energia para um amigo, e este se torna o mesmo para nós.

O grande segredo é que amar é mesmo um risco ao qual nem todos se permitem correr.

Isso porque o amor é um sentimento que só funciona com reciprocidade. Precisamos estar dispostos a dar e a receber. Exercitamos nossas diferenças e nossa paciência, uma vez que ninguém é igual a ninguém, e apesar dos laços de amizade serem verdadeiros, há toda uma rotina de obrigações a ser cumprida em nossas vidas, e nem sempre encontramos um espaço para cada coisa como gostaríamos.

Portanto, amar é uma responsabilidade. Mas sermos amados de volta também é (nossa responsabilidade, não só do amigo).

Precisamos deixar de ser tão egocêntricos a ponto de pensar que o mundo gira ao nosso redor e às vezes precisamos fazer algumas concessões para que a amizade um dia construída continue se fortalecendo e prosperando ao longo do tempo.

Se a amizade é também um tipo de amor, como é que fica aquela história de “o amor é uma plantinha que devemos regar com carinho todos os dias”?

Vamos aproveitar esse momento de final de ano, em que o Natal pode ser uma grande oportunidade para rever os amigos, e tomar a iniciativa de procurar aqueles que deixamos lá de ladinho por causa da correria (e nem por isso os amamos menos). Vamos perdoar, vamos abraçar e beijar os nossos queridos. Vamos correr o risco de nos entregar a todo tipo de amor.

Afinal, “a amizade é como uma ‘licença’ que recebemos para amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo” (citação minha). Eu amo meu marido, e como marido só posso ter um amor. Apenas um me basta. Mas, amigos, esses eu posso ter muitos, e posso amar todos eles.

“Nenhum sentimento pode ser mais libertador que o amor.” (minha também! Tão inspirada hoje... rs).

Lu Figueiredo